Quem sabe um dia os olhos humanos conseguirão ser os olhos
do universo.
Talvez consigam olhar mais de perto e sem serem vistos pela
multidão de pensamentos bisbilhoteiros.
Hoje, o coração estourou o corpo, e arrebentou por dentro o cérebro.
Até esfaceleu, rumo corpo abaixo, de tanta emoção.
Numa grande canhoeira, o cérebro inundou, de dentro e pra fora, um corpo sem comando.
Sem obedecer, controlar, sem existir e calcular, transformou-se num corpo que frui para bem distante do medo, sem pressa de esperar, sem pedir, sem acumular, somente indo, existindo, sendo e fazendo.
Depois do amor resistiu arduamente.
Mas somente, depois do amor.
Lá no início dos sentidos, na perenidade, nasceu e fez moradia
como companhia da imensidão.
Atravessou e olhou de perto o ódio, a loucura e o
esquecimento.
Preencheu tantos espaços que ficou oco.
Foi quando decidiu renascer sem
nunca ter morrido.
Por Tatiana Sobreira
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Ass: Paula ✌����>