Meio irritada com a lentidão do trânsito pedi ao motorista para manobrar até o supermercado mais próximo. Comida sempre fez com que meu cérebro funcionasse melhor. As prateleiras estavam todas organizadas. Cada seção bem distribuída. A de legumes parecia um convite a contemplação com sua aquarela molhada. Parecia cenário de chuva fina. Os fantasmas das fotografias nunca mentem. O cheiro e a satisfação de tudo, linha de produção de propaganda, era a maquiagem da perfeição por ali. Nada estava em harmonia com os rostos infelizes dos funcionários e das pessoas comprando. Definitivamente, eles pareciam que estavam caminhando rumo ao nada com suas feições de desprazer em meio às cores. De nada adiantava os gozos escondidos em seus quartos infelizes. Mondrian deveria estar se retorcendo com Van Gogh. Para que tanta cor e tamanha vida se nada era real? Bateu um querer urgente em sair correndo para algum lugar. Dodecafonismo sentimental! Loucura que me perseguia por dentro, d
Aqui você vai encontrar uma pitada de arte e algumas histórias de quem vive na Amazônia brasileira. Sou comunicadora e artista da região norte do Brasil. Vem comigo explorar.