Herança Genética Diviso a distância, uma canoa a cruzar o rio. Solitária. Não sei a quem pertencia. Estava a deriva. O ano, 2111, eu uma criança de 11 anos. Esperei tanto por esse momento. Minha mãe alimentou diariamente o que eu poderia descobrir ao abrir aquela cápsula que estava em minhas mãos. Dentro da mesma, um envelope com uma carta. Segundo mamãe, a autora havia sido minha bisavó que um dia fora uma jornalista. Como será que teria sido essa mulher? Olho em volta. Estou sozinha, sentada num pedregulho ao lado do que sobrou de um rio barrento. Tudo ao meu redor fora destruído. Nossa comunidade tentava reconstruir o que podia, mas era muito difícil. Áreas imensas descampadas, pobreza em volta. A escassez por água e alimentos assolava o mundo e consequentemente, nossa comunidade. O que antes fora uma imensa floresta, conta somente, com pequenas árvores que foram salvas em estufas por estudiosos e profissionais da área. Minha avó diz que nos tornamos reféns da ambição. Ainda não
Aqui você vai encontrar uma pitada de arte e algumas histórias de quem vive na Amazônia brasileira. Sou comunicadora e artista da região norte do Brasil. Vem comigo explorar.